domingo, 1 de abril de 2012

As Crônicas de Táviano


                                                  Fala curreto


Pro seis vê cumo é as coisa, esses dia atrás eu fui na loja que vende cumputado, lá nu centro. Quiria cumpra um daquez troço de cumputado, cume que chama memo, é é é é.
Cheguei lá dispois de passa nu açougue e cumenda uma peça de picanha pra faze um churrasquim lá im casa.
_Bom dia pro cê. Eu falei pra moça que me tendeu.
_O que o senhor deseja? Ela pirgunto.
_Eu quiria um troço daquele que agente usa nu cumpudato. Ela oio bem pra mim e falo:
_O que seria senhor?
_Aquele negoço cá agente usa nu cumputador pra clica nas coisa, parecenu um ratinho.
_Um mouse?
_É isso ai! Intão ela me rumo u troço. Mermo sem sabe o nome, eu cuncigui cumpra o negoço, purque eu falo curreto, e sei isplica dirintim aquilo que quero. Agora iscuta só pro seis vê. Semana passada eu tava lá na praça da igreja prusiano cum cumpanhero meu que fazia muito tempo que nois num prusiava junto. Ele tava me cuntano que tinha ido lá na terra dele lá nu Ciara, e que fazia muito tempo que ele não paricia pro lá. Ele tava muito sastisfeito, disse que tava inte pensano im vorta pra lá. De repente pareceu um rapaizinho que eu cunhecia só num lembrava o nome dele, e falo um troço cumigo:
_Ai tio, a tia lá disse que a parada sua lá fraga, então o fogo na parada, e é pra você volta lá pra parada fraga. O rapaizim era daques que veste tudo de preto e fais aques buracão nas oreia e usa brinco no nariz. Ele morava lá perto da minha casa.
_Cume que é? Eu pirguntei pra ele.
_A tia disse que a parada sua lá, então, o fogo na parada, e é pra você volta lá pra parada. Ele tava usa nu um daquez fone de uvido e não sabia sé falava cumigo ou iscutava a musica.
_Num to intendendo nada, fala de vaga. Eu falei prele.
_A tia lá na parada, falo na parada, que a parada, fogo na parada. Ele falo cumu se fizesse u maio sintido. Na parada que a parada na parada.
_Vamo tenta de otro jeito, o que é a parada?
_É a parada lá.
_Não, vamo cumeça do cumeço. Eu falei prele. _quem é a tia?
_A sua tia lá.
_A tia Aninha? Pirguntei ele, é a única que mora aqui na cidade.
_Não, é a sua tia lá, aquela que é professora lá no Romeu.
_Há a Carminha.
_É....
_U que, qui tem a Carminha?
_Ela falo que o fogo na parada, e é pra você e lá na parada.
_Há ta. A Carminha mando ocê me fala que a parada, mas u que é a parada?
_A parada lá.
_A parada lá?
_É, a parada onde você mora tio. Ele paricia ta cumeçano fica sem paciênça.
_ Minha casa? Eu pirguntei.
_É...
_Intão, a Carminha mando ocê me fala preu vorta pra casa. Pur que?
_Porque o fogo lá na parada.
_A parada é minha casa?
_É.
_Ha..... agora eu intindi. A Carminha mando ocê me visa que é preu vorta pra casa por que ela ta peganu fogo?
_É isso, entendeu?


                                                                                                        Betinho


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